quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

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Sozinha em meio a relva, respiração ofegante, tão ofegante que mal podia ouvir qualquer outro barulho que estivesse ali, mas eu ainda tinha muito de mim naqueles passos, e por mais cansada que eu parecesse estar ainda havia muito pra correr e sem pensar desparava levantando as folhas correndo pro tão próximo fim do mundo. Só me lembrava daquele sorriso quando enfim as pernas não obedeciam mais e me debruçava sobre o tronco das arvores derrubadas, lembrava sim do sorriso, era a unica coisa que eu não esperava, pois bem, fui pega de surpresa. Então era somente isso? um sorriso? era a punição por tantos anos de puro veneno que em mim corria. Mas acredite ou não, o sorriso que me era dado foi a maior punição, punindo alguém que se alimentava de mãos tremulas. O sorriso não era meu, eu nunca mareci tanto, pra não dizer que eu nunca mereci foi absolutamente nada, mas ganhar o sorriso era tão ruim quanto oferecer um.
Sorrir me estimulava a vida não tão errada com a qual eu sonhei, viver errado era a unica saida pra que eu fugisse de mim, fugir de mim sempre foi o que desejei, não sabia lidar com nada, com nada, nem mesmo com um sorriso. Tinha tanta inocencia por traz de tanto veneno. A idade se tornara a explicação pros meus piores defeitos, esperava crescer, crescer errada, pra quem sabe deixar de fugir de mim, mas o sorriso me achou e me pois de frente com a unica coisa que eu não esperava, a bondade que eu nem sonhava existir, talvez despertara agora em mim.

@hildabastos

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