segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sem o porque de querer ser

Eu sei que a maioria tem um exterior pra ser visto e reconhecido, mas eu quero alguém que despreze minha aparência externa e me coma internamente, e devagar, e com cuidado, porque esse sumo vivo dentro de mim está ficando pálido de esperar e só esperar.

Eu devoro dia e noite essa idéia surreal de mudamente pedir ajuda e mudamente ser ajudada. MUDAMENTE. Cansei de palavras, já sei o atalho de todas elas e sei o peso, e sei como elas ecoam persuadindo cada pedaço de mim. Não me contento com repertórios feitos, dicionários, ato I, II, III de peças alheias com histórias que não são minhas. Eu também tenho anos de palco e reconheço atores baratos.

Ter uma vida só é tão pouco - mesmo pra quem não agüenta viver – pra ficar perdendo tempo com a superficialidade de palavras com significados tão pequenos que eu tenho que engolir pra não adoecer de solidão. Eu perdi o direito de ser pra tentar prolongar o nascimento pela vida inteira, com medo de encontrar a natureza da morte sem conseguir ser de verdade, até que eu aprendi a ser de mentirinha.

Mas não há desespero, amanha é sempre outro dia e pra quem tem urgência a paciência faz companhia por falta de opção. Haverá alguém a me devorar de forma tão vorpal que eu até esquecerei como ser de mentirinha e de que esperei tanto tempo pra aprender a ser de verdade.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vivendo em círculos

Eu não sei dessa necessidade de dizer adeus em toda despedida, como se cortasse o vínculo de uma vez para outra, esperando que ambos ficassem em liberdade um do outro até o próximo reencontro. É como se eu vivesse encerrando tudo, nada de virgulas, reticências, só pontos simples, finais, e em contrapartida eu repetisse toda história como quem para sem saber parar. Parece que esse meu hábito sugeriu as outras tantas pessoas que dissessem a palavra “adeus” antes de mim.
E agora eu sinto uma fome tão grande que só passará quando eu comer a presença de alguém. As vezes a fome é tão demasiada que só presença me calcula, é pouco. Eu quero absorver alguém que seja meu. Essa vontade de unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que já tive na vida, mesmo sabendo que essa urgência de nada me adiantará, partindo do principio de que a fome só dura nos primeiros curtos minutos em que me satisfaço e depois acaba, até eu senti-la novamente.
Viu?! Eu paro sem querer parar e repito a história como se eu não soubesse vive-la de mais nenhum modo, e talvez eu não saiba mesmo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As cegas

Já estou farta dessa estranha mania de dispensar tudo e todos, eu tenho mesmo é que dispensar essa demasia de interrogações. To precisando dar uma trégua pro meu psicológico, porque está sendo assim, quanto mais me conheço menos sei de mim.
Olha, eu já não quero mais saber se eu sou essas linhas amarguradas e frias que vocês sempre lêem. Me assusta não poder passar disso aqui. Quanto mais aprendo sobre o que eu quero, mais boicoto meus ideais, parece que saber é o fim. O fato de estar ciente sobre mim, me impede de exercer a minha essência. Acho que isso explica essa necessidade de me contradizer, mesmo sendo tão racional.
Eu já devo ter passado mil vezes pelo caminho certo, caminho pelo qual eu sempre quis seguir, mas racionalmente achei impróprio, pra não dizer que senti mesmo foi medo. Doar-se é sempre difícil, mas no meu caso parece impossível. E se não for como eu quero? E se tudo der errado? Será que eu ainda vou ter o que doar daqui pra frente? E se eu me perder? E se? Se eu estiver certa sobre mim, estou ficando morna de tanto não me permiti. É por isso que hoje resolvi me dispensar, quero viver as cegas, como aqueles que vivem do órgão responsável pelo bombeamento sanguíneo, o tal do coração, sem essa razão que suga e apaga a vida, sem esse pudor exagerado, sem medo, só vida.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Partida

Você sabe que parecidos nós não éramos, e eu sempre levando tudo sob o efeito daquela velha história de se divertir com o errado enquanto o certo não vinha, mas o que mantinha a gente era esse olhar verde seu, que me arrastava pra cama, que fazia tudo parecer tão mórbido na intensidade que eu desejei. Você sabe do meu espírito livre, não foi por nada que terminamos, foi só por prazo de validade vencido. Tão lindo e convicto, mas cheio de meias palavras, meios abraços, meios sentimentos, e eu tenho horror de meio termo.
Você se deu conta de como eu sacio as pessoas? Como eu sacio vida? Eu quero gozar do direito de ir, porque eu sempre fui mais ponto final do que reticências. Tem tanto chão pra correr, tantos amores pra viver, tanta distração que preenche cotidiano que eu não quero construir nada pra repousar, eu não quero ter tempo pra descobrir que a idéia de mim é mentira, espera eu patentear essa vida que você acha tão absurda, solta minha mão, levanta a cabeça, segue seu caminho e não olha pra traz, porque eu já fui ser feliz e não tenho tempo pra sentir saudade.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Subconsciente

É desesperador essa urgencia de vida, essa urgencia de sentimentos. É mais desesperador ainda ver que eu corro exatamente ao contrário de tudo que quero alcançar e eu simplesmente não sei dar meia volta.
E incomoda saber que NINGUÉM pode me conhecer do jeito que sou, porque não há nada a se conhecer. Passo a vida tentando ser. Mas ser é dificil. Ser qualquer coisa que não seja NADA, sentir qualquer coisa que não seja NADA. Mas o nada é tão presente e fácil.
A vida é tão curta pra ficar evitando não se machucar, pra ficar evitando machucar alguém. Eu sei. Mas não é desse medo que sofro. Só não consigo... por algum motivo, não me permito. E to tão cansada de implodir. E quer saber, acho que me machuco mais assim. Parece que estou tão longe de tudo. Uma fase abaixo de todos. Me sinto menos humana quando penso que enquanto as outras pessoas buscam ter o amor que sentem, eu ainda busco senti-lo, ou deixar que ele me sinta.
É uma busca insaciável por vida. E apesar do cansaço é impossível parar, como se isso fosse automático, inconsciente. Será que essa coisa de amor é realmente essencial?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Tudo vai ficar bem

Eu não peço muito, só quero tempo pra sentir saudade. Sabe esse sufocamento, esse medo? é só vontade de ficar, mas ficar calada, deitada, imóvel, te olhando quando eu precisar.
Eu não quero que você esteja presente pra eu respirar e nem quero estar presente pra que você faça o mesmo.. Eu só quero tempo livre e menos palavra pra brigar.
Esquece as datas, esquece as outras pessoas, não dita que tem que ser só nós, eu ja existia antes de você.
É só sorrir e dizer que tá tudo bem, que tudo vai ficar bem.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Olhos de ressaca

Olhava o mundo com olhos de ressaca de um fluido misterioso e energico que vinha sem nada e lavava consigo tudo, assim, como o mar em dia de ressaca. Ele evitava fita-la e mesmo de relance, quando não resistia e levantava os olhos, via ondas cavas e escuras afim de envolve-lo, engoli-lo, traga-lo.

Mas como poderia viver sem aqueles olhos? Como alguém que não pertence a costa litoranea e ama o mar. Ele amava o mar e as ondas e amava os olhos de ressaca. E ela que tinha os olhos que o diabo lhe deu, como os de cigana, obliquios e dissimulados puxava-o para sí, que se agarrava em seus braços, seus cabelos, mas que por estes se entregava sem relutancia alguma.

De súbito escrevia-lhe, falava-lhe. Talvez a narração desse-lhe a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras, como ao poeta, não o do papel, mas o do mar, não o são, mas o de ressaca.

“O mar amanha está de desafiar a gente.”

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Invenções reais

Perdi a vocação de atriz, tenho a alma livre mas não sou marionete. Resolvi escrever os roteiros, comprei uma cadeira e ficarei aqui brincando de viver, enquanto espero silenciosamente pelo fim que tanto corro atraz.
Dos amores que tive, que tenho, e que terei, platônicos haverão de ser, porque a felicidade de viver o amor existe, mas a angústia de perde-lo, não mais. Não podemos perder o que nunca tivemos.
Descobri que fugir do amor é besteira, quando a primeira coisa que nos é dada quando nascemos é amor, haveremos de amar até os personagens dos nossos livros favoritos, haveremos de amar sem ver, sem crer, nós haveremos de simplesmente amar. Quer amor mais simples que aquele que só nós sabemos da existencia?
Decidi inventar meus amores, de modo que, sempre serão amados, e sempre me amaram. Vou me atrasar inumeras vezes, enquanto o mundo acontece, pois o tempo flutuara nos minutos e eu nem notarei os meus limites. Estarei num estado de graça e satisfação, combinando amor e arte literária. É só sabado anoite, e de que importa as pessoas lá fora, se já cai em um insuportavel tédio visual? Deixa pra lá.. Tenho tudo que preciso, papel, caneta e amor. Serão madrugadas de uma vida com invenções reais.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Que aprendam - ao menos - ser interessantes

Ando cansada, desesperançosa, morta por aqueles que me amam de relance. Eles me oferecem tudo, tudo o que não quero, tudo o que ja tive e não gostei. Me perguntam, esperam que eu transborde minha vida pelos poros, querem tudo pronto, tudo dito, confiam fielmente nas minhas mentiras e são incapazes de - por preguiça, ou medo - me observar. Eu sou tão simples, tão dada nos gestos minimos, e eles ainda exigem manual de instrução. Falam demais, quando os olhos é que deviam, olhos que permanecem insuportavelmente silenciosos.
Falta-lhes a conciencia de amar, e em mim sobra um coração vazio, que por hora está quase conformado.
Me crio a cada par, como se houvesse alguma possibilidade de ser verdade ao lado de alguém, mas nem eu mesma suporto tal mentira.
Tem um mundo todo de gente lá fora, que não importa, não há quem me procure nas entrelinhas, que se atrase comigo, que não me deixe na solidão de dois. Só há amor de mentirinha, que preenche cotidiano. E desse eu ja tive aos montes..
Mas pra falar a verdade, não é amor que quero, eu só quero menos perguntas e mais colo pra dormir. Eu só quero que você se cale e seja bonito, bonito pra eu te olhar. Eu só quero. Quero muito pra gostar pouco;

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pede-se vida?

Todos os dias, buscamos ser salvos, mas nunca usamos a palavra salvação por vergonha de parecermos inocentes.
Não falamos de amor, para não termos que reconhecer o ódio, o ciúmes e todos os outros que o contradiz.
Adiamos cair de joelhos diante de nós mesmos , que por amor dizemos: "Não tenhas medo".
Disfarçamos com medos pequenos o grande medo que temos. Por isso não falamos do que realmente importa, falar sobre o que importa é uma gafe.
Temos mantido em segredo a nossa morte, para tornar-mos nossas vidas possiveis, mesmo que tenhamos que usar do falso amor para disfarçar a indiferença que usamos disfarçando a grande angústia.
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos em público de algo que não ririamos sozinhos. Temo-nos temido uns aos outros acima de tudo, querida.
Eu quero escapar disso. Quero escapar com a ferocidade de quem escapa de uma peste. Eu quero aliviar a alma. Acreditar que amar não é morrer. Que a morte na verdade não existe e que ja vivo na eternidade. Quero receber o mundo sem receio, pois para esse mundo incompreensivel, incompreensivel eu fui criada.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eu me basto

Não que eu seja egoísta, mas eu me quero só pra mim. É o meio mais fácil de chegar ao ápce do prazer da vida, essa auto-suficiencia. Eu me conheço, sei o que me agrada, é fácil ser pra mim o que sempre quiz, é fácil presentear-me, é fácil deixar tudo mais fácil. Sou pequena demais pra ser partilhada a dois, ao mesmo tempo sou grande demais para dar conta de mais uma alma. Eu não gosto de responsabilidades, eu não busco compromissos, porque eles estão ai para serem quebrados.
Defendo que o ser humano é mais sozinho, é mais do que essa dependencia de outro que nem mesmo quer esse fardo de ter que compartilhar de tudo. Eu não quero ouvir os seus problemas, e não quero que você ouça os meus.
Eu sei da minha bagunça, eu não cobro que você também saiba, mas você quer saber, quer organizar e eu não aceito essa invasão. É preciso que alguém vá de pessoa em pessoa anunciando 'não se aproxime bruscamente das pessoas, elas sentem-se sufocadas'.
É desse sufocamento repentino que vem o meu 'evitar'. Eu evito sim, evito as pessoas, evito proximidade, evito respira-las, eu evito a dependencia, porque na liberdade eu posso ser muito mais. Posso não me preocupar com estereotipos.
Não tenho medo da solidão, e nunca vi disso. Tanta gente que olha pra fora, puxando pra sí os sonhos alheios e esquecem de olhar para dentro, esquecem de fechar as próprias feridas, porque estão ocupados demais tentando fechar a do outro.
Parem de viver o que não lhes pertencem. Vivam para sí, vivam por sí. Sejam como quiserem e bastem-se sozinhos.

domingo, 12 de junho de 2011

Insegurança?

O desejado está aí. Posso escolher aquele que vai me oferecer o amor de uma vida inteira, que vai me colocar n'um pedestal e fazer das minhas mentiras verdades absolutas. É só dizer que sim, é só me dispor a viver atuando. É só aceitar o tal 'caminho da felicidade', mesmo sabendo que todos são incapazes por natureza.
Mas da medo encarar o que é definitivo. É tão mais fácil reclamar da vida do que tentar torna-la mais leve.
É dificl aos sabados anoite, gritar na porta de casa, aos quatro ventos, com o choro amarrado na garganta, o drama que é sobreviver com sede de estar vivendo, só pra aliviar o peso da alma. É uma angustia louca, como ter sucesso e se sentir fracassado. Um sentimento de ter e não sentir que tem.
Os planos de fulga, são muitos e tenho mania de boicota-los. Eu evito mudanças drasticas, não sei arriscar e pra falar a verdade, eu nem quero.
Eu gosto de reclamar, e ficar esperando por soluções, gosto daquela expectativa que crio no dia de amanha, mesmo que depois seja invadida de frustração por deixar passar tantos amanhas e continuar na segurança que é reclamar sem agir, a segurança que é continuar no desconfortavel, mas confortavel por ser uma condição conhecida. Eu reclamo, mas estou bem assim.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um ser egocentrico.

Nesse mundo se faz rei os bonzinhos, inocentes de sentimentos afaveis, que se deixam levar. Que choram depois por corações partidos, mas podem agarrar-se nas lembranças que preenchem o silencio e a solidão. Lembram-se de dias claros em que sorriram, realmente a dois. Enquanto eu sigo vivendo da estranha mania de sorrir sem querer, e horas depois soluçar no travisseiro, de coração vazio, um vazio sem lembranças que dói, que atribui à saudade de sentir saudade. Que termina nas cartas borradas da minha gaveta, na roupa bonita e na disposição de mudar a vida na noite em que danço, mesmo sob abismos, pra não perder o costume de fingir o agradavel.

Enquanto uns se preocupam se ele ainda à ama, eu fico ensaiando o futuro, e acho que ja cheguei no auge do meu individualismo, mas não tenho espaço fisico e moral pra existir nessa condição, e mesmo assim existo, e não mudo.
Só sei ser assim, diferente. E ninguém quer descobrir as mulheres diferentes, mas elas estão ai, para serem descobertas. Mas com toda certeza, não é isso que eu quero. Parem de se aproximar assim de mim, nesse extremo que sufoca e da medo.

Talvez eu só queira a espera do fim do dia. Não a espera de uma vida toda. Entende? Um casual sem sorrisos forçados, um casual realmente agradavel que por isso, possa vir à deixar de ser casual.
Mas sinto que estou aqui p'ra ser isso ai mesmo. P'ra ter as malas sempre prontas à mão. Porque se não, só restaria a frustração de não ser quem sou.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Largueza ampla de não-entender

Apavorava-se só de pensar em uma possivel intimidade com a alma de um homem. Recuava todas as vezes. Tinha receio de ir, como se pudesse ir longe demais, longe onde não se deveria ir. E de volta em meia, até se perguntava, do que estaria se polpando? Mas não era questão de polpar-se, e sim um certo medo da sua própria capacidade, talvez por não saber de seus limites. Não sentia-se pronta p'ra ter uma ligação de mulher com o que representava união.
Ela era o mundo, e no entanto, vivia o pouco. O que lhe gerava humildade. Aliás, sentir-se humilde demais, era de onde vinha sua altivez de pessoa.
O que a salvava era a crença no seu mundo particular, onde era-se apenas uma mancha de instintos, doçura e verocidade. Como se fosse humana, só que de uma forma permanente, mas que as vezes pudesse ouvir o silencio da alma confusa.
Sentia-se bem por não entender-se, pois não entender-se era tão grande que ultrapassava o próprio entender. Entender-se era o limite, mas não-entender-se não tinha fronteiras e a levava ao infinito. Era uma benção estranha como a de ter loucura sem ser louco. Compreender era sempre um erro, preferia ter a largueza tão ampla, livre e sem erros de não-entender, mesmo que de vez enquando sentia-se insuportavelmente inquieta, porque gostaria de saber o bastante para pelo menos ter conciencia daquilo que ela não entendia. Embora no fundo não quizesse sair da codição humana de não entender.
No entanto, as vezes adivinhava. Eram as suposições e o desinteresse manso que substituiam o seu entender.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Apesar de"

Passavam-se os dias, cheios de angustia e desentendimento de sí própria. Como se viver fosse fardo. Fardo: peso, incomodo, estorvo. Era cruel o que se fazia… Aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, sob a ferida ainda aberta. Doía mexer-se nesse sentido. Mas viver era fé. Fé em que? Na própria fé, que a fé pode ser um susto. E se viver desacreditado era desconfiar-se dos fatos, então criava-se coragem e força. Força, sem fé. Só pra carregar a vida que lhe pesava tanto os ombros. E com pouco se importava, e com nada se distraia e tão pouco se obtinha. Mas apesar de, vivia. Porque se deve viver sob os pesares, e também se deve amar, apesar de, e apesar de, se deve morrer. E assim, mas habilidosa, ou conformada, habituava-se à terra, lua, jupter, qualquer outro planeta, ou vida. E a vida? Essa, não é de se brincar, porque em pleno dia, se morre.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Maldita essência

No fundo eu sei que não adianta fingir satisfação. Eu tenho uma urgência muito grande da vida pra dizer sempre que está tudo bem. 'Está tudo bem' é só outra forma de dizer que venho sobrevivendo, ao invéz de viver. É como morrer todos os dias, mas não ter o alivio imediato da morte. Da vontade de sair correndo e gritar 'ei, eu to aqui.. eu quero viver' e nunca mais parar de repetir essa frase, porque eu sei o peso que as palavras tem.
Aprisionar os demonios ja não está adiantando. Tento viver uma vida superficialmente perfeita, mas ela não vai me dar a adrenalina de estar vivo. Tomar um tapa de luva na cara, as vezes é bom.
Eu quero abrir os olhos pro lixo que o ser humano é, o lixo que eu sou. E fede.
Tentar ser alguem melhor, mas reconhecendo a mediocridade da minha essência.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fobia do tempo

Só sei pensar em ponto final. Essa história de prolongar idéias me amedronta. Não sei conviver muito com nada. Não sei usar a coerencia, nunca soube.
Devo ser uma das poucas pessoas que tem medo da eternidade.. Vida eterna, amores eternos. Amores eternos? Me arrepio só de ouvir falar. Parece prisão, parece termino de caminho, parece aquelas histórias de 'vou ter que me acostumar'. Como ja disse, o espetáculo tem que acabar, se não fica cansativo, manótono. E como gosto de tudo bem dramatico, não conseguiria fingir intensidade por tanto tempo. E se muito ficasse chorando, teria que, sempre refazer a maquiagem e ja me canso só de pensar.
Vivo de pouco, vivo de jogos, rebaixo o amor a adrenalina. Porque as vezes acho que busco mesmo é injeção de ânimo, não uma, mas duas, três. Quero ficar na vitrini, exposta, cobiçada, sempre de roupas trocadas, fico bem assim. Se me compras sou eternamente sua e prefiro morrer a ficar confinada com alguém por tanto tempo. Ja disse que me canso.
Agora mesmo, estou cansada.. Procurando um jeito de colocar logo o ponto final, deitar sozinha no quarto de visitas, sobre o piano, treinando o choro para amanha e fumando um cigarro, imaginando o repúdio das pessoas que me vissem agora.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Amor de gaveta

Encontrei distraída. E quase me esqueci que das outras vezes, era o seu olhar que desviava. Agora, não sei porque, era o meu. Sabia que não me olhava, não sorria. De alguma forma, tinha medo de ser engolido, por meus olhos famintos.
Conversamos, e eu consegui esconder toda infantilidade, que você observava, todas as vezes que chegava pra conversar com amigos seus. Dessa vez pude esconder a insegurança, as brincadeiras, os palavrões que soltava na tentativa inutil de descontrair a minha própria tensão, tornando tudo mais tenso ainda. E olha, se você soubesse acharia lindo essa minha façanha.
Das outras vezes saía sentindo que havia perdido a ordem das pernas, os olhos mansos, e me crucificando por cada palavra dita.
Eu sempre soube que era você. Porque meu caro, eu procuro algo que muita gente vai morrer sem experimentar: compatibilidade. Procuro 'eu' nos outros, e de alguma forma, eu sei que em você eu acho.
Nossa conversa, tão boba, tão natural, humana e errada. Eu pude guardar, me recordo de cada instante, mesmo que tão pequena tenha sido. Mesmo que as vezes eu me ache tola, por lembrar como é perder o oxigenio, mas você nem ficou sabendo desse detalhe. Foi um dialogo tão importante pra mim e você jamais sabera.
Você estava certo, não é bom me olhar nos olhos.. Não quero mostrar toda profundida, não quero lhe assustar, não quero lhe engolir.
Mas hoje meu querido, é a primeira e ultima vez que escrevo sobre você. Porque é verdade, eu sei que correra pra longe. E nem sei até que ponto poderia levar essa besteira de esperar um sorriso pra ir embora, ou de me questionar se você me evita, ou vive com pressa, se você tem medo, ou simplesmente falta de interesse, timidez. Vou deixar esse risco por sua conta.
Por enquanto, vou só olhar, sem respirar, sem falar, sem me mover. Acho que foi o mais próximo de um relacionamento humano que ja cheguei. Só eu sinto, só eu vejo, só eu falo, só eu suspiro, só eu acho que existe.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Afogando pensamentos

Dei-me tempo para dizer, que sinto em ter fracassado. Permita-me debulhar-me em lagrimas enquanto paro para contar quantas vezes falhei, quantas vezes me perdi em labios e mãos alheias, sem a minima noção do errado. Há tempos deixei no fundo de um copo, a expressão que correspondia a nós. Nunca houve nós.
Nesse abismo em que venho caindo a alguns beijos atraz, encontrei a desculpa por me perder em linha reta, mas estou cansada e anciosa pelo fim. Arrependo-me ao lembrar que deixei o calor das vozes me guiar, eu ao menos deveria esperar por um toque. Sinto-me enganada por meus próprios olhos, que se confundiram em um emaranhado de mascaras tortuosas.
Depois desse amor, desfaleço-me.
O tempo passa e entre as audacias da vida, nos encontraremos. Minha intrépida forma de agir se confunde com o tempo, que estacionou nas memórias, em apelos imcompreendiveis, de perdão.
Afogo a alma pequena agora, com uma lagrima covarde de decepção por meu erro não coincidir em minha criação.

domingo, 3 de abril de 2011

Cartas


Querido, estou chegando a nova cidade. Sua imagem me veio a cabeça durante toda viagem até aqui. As vezes olhava pelo retrovisor apenas para ter certeza de que você não estava me chamando. Você não estava.
Eu sei que pra você também foi uma surpresa como tudo acabou. Mas, ja se vão anos, e eu aqui, tão perto, não consegui esquecer. Por isso me mudo hoje.

Pessoas, são apenas pessoas, e eu sei que as idéias mudam e as coisas passam, mas querido, eu não consigo ver você tão perto, correndo pra tão longe.
Nós sabemos que não é simples, não é fácil e eu não consigo respirar sem você, mas eu tenho que respirar.

O sol esta quase se pondo e eu não quero dormir. Sei que os sonhos irão se colidir e eu quero estar inativa quanto a essa memória.

Bem, eu estou fracassando sem você aqui, talvez eu devesse parar de lhe escrever cartas que nunca serão enviadas. Mas querido, esta é só uma das formas que me ajudam a respirar agora;

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre mim, em mim.

E de repente você passa a sentir aquela estranha sensação de estar incompleta. E toda base que você criou desmorona, voltar a estaca zero não é fácil. Estou falando é de perder o interesse por tudo. E quando digo tudo, é tudo mesmo. Falta aquela vontade de viver, falta a novidade que torna seu dia mais interessante, quando tudo perde a graça.
Seria burrice dizer que não acho prepotencia de minha parte achar que o mundo todo esta errado, enquanto eu estou certa? Estou certa em racionalizar os feitos, em separar meus dias como produtivos e improdutivos? Posso até estar, mas os efeitos dessa conduta não vem sendo positivos. Essa vontade de ser mais do que os olhos alheios enxergam estão desgastando a minha relação de amor e ódio com a vida, que por sinal, ultimamente vem sendo mais de ódio que amor. Ódio talvez não seja a palavra certa, mas decepção com certeza é. Me decepciono por esperar mais do que me é dado. Talvez eu não esteja sabendo extrair da vida os componentes necessarios, talvez não estejamos em sintonia. A verdade é que ser inconstante ja não esta mais nos meus planos, gostaria de ser como meu signo me pinta. Sou de touro, forte e imutavel. E por que não obedecer a essas caracteristicas? Não aguento mais as incertezas que me cercam, não aguento mais ansiar por algo que não conheço. Vejo os dias passarem, escorrerem e nada me injeta animo. Parece que ja vi de tudo e monotonia é absurdo no meu vocabulario. Me sinto invadida por mil indagações, tantos pensamentos que nem sei organizar. É dificil dizer a ordem em que os fatores vem acontecendo, é dificil dizer os dias produtivos e improdutivos. Ja não sei se devo tentar estabelecer conceitos, parece uma tarefa eterna. Constrói, destrói. Estou satisfeita, mas não estou. Gostaria que me perguntasse depois. Mesmo sabendo que seria inutil. Minha esperança é de que ainda tenho muito o que descobrir, sobre mim, em mim. Só tenho medo de nunca achar o que procuro.

segunda-feira, 28 de março de 2011

À Vida


Desculpe se já não consigo falar-lhes com clareza. É que de repente tudo passou a ser triste demais. Passei a me sentir limitada, por já ter passado todos os limites, por aqui mesmo, nestas linhas. Não dou para viver assim, tão sem sal. Fico de olho no relógio esperando que essa mão que me sufoca largue logo do meu pescoço. Eu fico perdida no mundo paralelo das palavras, cheia de pensamentos vagos e achando que estou caminhando para algo, quando no fim, estou caminhando contra a vida. Eu que ja preguei tanto sobre o modo ideal de viver. Que ja escrevi sobre a covardia de usar pessoas como peões de um tabuleiro de xadrez. Hoje ja não tenho nada a escrever. Se não essa falta de cardapios mais apetitosos, porque de pratos prontos ja estou farta.
Permita-me que por instantes eu lhes mostre esse desespero que vem da vontade de ser mais, antes que volte a lhes oferecer meus meios sorrisos, minhas meias verdades, meus tantos outros meios.
E em meio a tantas palavras ditas e nada entendidas, eu devo dizer que esta dificil viver, digo, encontrar um sentido. Porque estabelecer metas não faz delas o verdadeiro sentido, ou faz?. E quando alcançarmos? Vou ser rainha no meu mundo perfeito. Mas eu sinto falta do tédio também. Eu quero altos e baixos, pra eu ter o que escrever depois. Desordem, caos, tudo me da um ar novo para descobrir vida dentro da vida. Sentido onde talvez não haja sentido. É que desconfio que o sentido da vida é não ter sentido algum.


@hildabastos

terça-feira, 22 de março de 2011

Menos obrigações e mais viver

Levante cedo, alimente-se bem, seja saudavel, pratique exercicios, trabalhe, financie uma casa, troque de carro anualmente, faça um seguro, você precisa de um celular novo, esta na hora de formatar seu computador, não pare de estudar, pague IPTU, IPVA e outros impostos que você nem sabe para que servem, faça exames anualmente, esta na hora de renovar seu titulo de eleitor, vote, se não votar justifique-o. Conquiste, perca, respira, transpire, se der tempo suspire. Se der tempo tire férias, consulte sua agenda e tire um dia de folga, junte dinheiro, economize, se sobrar faça uma viagem. Mas só se sobrar. O prazer é um luxo que deve ser racionalizado, usado como saida de emergencia da rotina sobrecarregada. Primeiro as obrigações, depois os direitos.
É isso que o sistema exige de você. Estão construindo uma sociedade cada vez mais conformada e sem vontades. Você e seus filhos são treinados para viver assim.
O ser humando ja não precisa mais do esforço das suas mentes. Os professores ja não ensinam mais. Eles chegam com palavras prontas e tentam fazer com que vocês decorem, porque aprender não é mais o objetivo. Questionam seus conhecimentos por uma prova que avalia de modo imbecil os jovens sem futuro. Selecionando e excluindo pessoas do que chamamos de vida.
Vamos abrir os olhos. Defendo que ha uma vida inteira longe dos escritorios e das cadeiras de bacharelados. Tem pessoas e experiencias novas te esperando la fora. Quero um bocado de sair mais cedo do trabalho, gravatas menos apertadas, o fim das obrigações infundadas. Sejamos mais que o óbvio.
Desejo-lhe um banho de chuva sem a preocupação de estragar a chapinha ou de molhar o celular. Desejo-lhe menos obrigações e mais direitos.



Texto inspirado em uma das obras de Verônica H.

domingo, 20 de março de 2011

Talvez, quem sabe, seja isso mesmo

Talvez eu não tenha mesmo nascido pra viver o que todos vivem, pra ser mais uma em um milhão. Eu nem mesmo me interesso em ter a mesma vidinha que todos querem. Sou contra a ordem natural dos fatores. Essa história de que todos temos sonhos é muito humoristico. Eu tenho metas, não sonhos. Nunca gostei de ser o significado da palavra mais ridicula do dicionário, porque eu sei a força que as palavras exercem sobre mim. Tudo meu vem do uso da palavra, minha forma de viver é basicamente por palavras, minhas conquistas e satisfações não é nada mais que o fruto disso. É por isso que sempre acabo me esquivando de qualquer possibilidade, o mundo ta cheio de primeiras impressões e minhas palavras trazem um bocado delas.
Cansei de ouvir que eu não me deixo levar, que eu não me deixo invadir. Pra que oferecer pratos prontos? Disso eu sei muito bem, afinal, as regras são minhas. É que a vida ainda não ensinou como lidar com defeitos de fabrica. O por que disso é muito simples, minha frieza de visão só me faz ver os defeitos e faltas, me convenço em segundos que isso não serve pra mim, que não vai se adaptar essa minha vida de altos e baixos, porque eu não quero o que todos querem. E isso me faz ter curiosidade de onde vem essa idéia de que os opostos se atraem. Eu piso esperando ser pisada de volta e quando não é reciproco dessa maneira, me sinto tão frustrada por acabar descobrindo mais uma pessoa fraca. É por isso que ao primeiro sinal contraditório a mim eu ja desanimo, sei o que vai acontecer e não me surpreendo. Eu não sinto. Eu não me abalo. Acho graça do esforço e da boa vontade, e olha, as vezes eu até me culpo.
Sou platéia da minha própria vida. Assisto tudo de fora, ja li o script, sei de cada passo, cada sorriso, cada fala. Me dirigo e não estou nem ai. No final, serei a que menos se arrependeu.

segunda-feira, 14 de março de 2011

É complicado ser complicada

Eu sei, gosto com prazo de validade. Enquanto é intenso, enquanto eu ainda posso envolver. Gostei do esquisito porque ele também trabalhava com prazos e logo se cansaria. Gostei do que conheci no verão passado, porque logo janeiro acabaria e eu voltaria pra minha paisagem, sabendo que não tive tempo de envolver completamente, ele logo cruzaria meu caminho e seguiria o dele. É que tenho mesmo uma necessidade imensa de mim mesma e faz parte dos meus caprichos o gosto pelo jogo da vida. Mas sabendo que tudo iria terminar em algumas linhas escritas, traçando uma nova peça. É por isso que desco logo do palco, tenho que tirar a maquiagem, agradecer a platéia e os figurantes. Isolar-me e escrever um novo roteiro. É um ciclo, e se tornou vicioso.
Mas eu tenho a liberdade de escolher como eu quero, como deve ser. Foram os anos que me ensinaram manipular. Sendo assim, nunca é igual. As vezes tenho surpresas durante a atuação e quão bom são elas, porque essa minha fobia de linha reta sempre me faz fexar o teatro antes do tempo. O engraçado é que sempre saio reclamando, porque sempre espero que seja diferente. Na verdade eu sei que nunca será, mas até eu mesma me manipulo, me engano, acredito. Só os que ja assistiram a mais de dois espetáculos é que sabem, que momentos depois colocarei um sorriso torto no rosto demonstrando a satisfação de mais um jogo zerado.
Indo mais a fundo eu devo admitir que isso tudo não passa de medo. Tenho medo de dividir os meus medos, tenho medo de criar soluções a dois pra eles. Eu nunca deixei ser invadida, quando algo está errado eu me resolvo, sozinha. Você está tentando me salvar e eu acho isso lindo, mas eu vou ser sempre a estranha, manipuladora, fria. Pra mim é mais comodo assim, desenvolvi um bloqueio pra minha proteção e sempre que tento quebra-lo alguem se machuca e esse alguem nunca sou eu. E isso me traz mais medo ainda. Todo o meu podre é meu e de mais ninguém. Ja falei, contente-se com o meu óbvio, eu o criei com muito carinho pro meu jogo. Aceite as condições, não confie em mim, não diz que eu fico linda assim, não mude pra se adaptar ao meu jeito estranho de ser, não sou digna disso. Sei que sou chata, mas eu me aguento e me basto.


ESSA MANIA DE REGISTRAR TUDO EM PALAVRAS, ME DEIXA PIOR DO QUE EU PAREÇO. DRAMATIZO SEM DÓ.



GALERINHA QUE TÁ ME SEGUINDO, MUITO OBRIGADA.

domingo, 13 de março de 2011

Olha, ...

Depois de todo esse tempo que você vem rebolando pra estabilizar o relacionamento, ja deve ter percebido que eu não voou muito alto. E não é porque não desejo, mas a realidade me atrai tanto quanto o mundo fantasioso. E é de mim essa história de racionalizar tudo. Como vim parar aqui? Por que você? Por que eu? Daria certo? Racionalizo, desanimo. E não é de propósito.
Essa mania fria de envolver as pessoas, nesse jogo absurdo, por puro capricho. Testando os meus limites, como uma criança que se arrisca descer uma ladeira de patins, sem pensar que além de se machucar, pode machucar outros também.
Mas eu ja disse, não faço por mal. Mas também não consigo evitar quando estou prestes a ferir corações que se abrem pra mim. Acho que ainda da tempo de você fingir que não me viu, se der tempo faça-o. Se você tiver o raro don de se dominar, se eu ainda não tiver te atirado no meu jogo, se você ainda não estiver envolvido, cruze a rua e mantenha distancia. As vezes acontece de também me envolver, e eu posso ser mais perigosa assim, quando não tenho dominio dos sentimentos, quando esqueço as regras. Mas pra mim não da mais tempo de fingir que não o vi. Talvez eu consiga ser a excêntrica de sempre. Mas você consegue me deixar estatizada. Só me lembro de respirar depois que você se vai. Agora que você sabe do potencial enorme que tenho de te trazer dor, pode fugir. Se você não acredita, olhe meu histórico. Seu primeiro erro foi ter acreditado nos meus valores, nem eu mesma os estabeleci, e nem sei se o farei, não tenho condições de me manter estavel.
É irônico que você seja a minha punição? nunca aconteceu disso, de contar a presa que ela era minha caça, de falar que agora ela podia fugir sem envolve-la completamente. Afinal o objetivo em todas as vezes foi esse. Todas bem sucedidas.
Esquecerei tudo o que disse, sem essa de aborta missões. Vou em frente e seja o que Deus quiser.



1 BJ PRA QUEM ME LÊ. VOCÊS SÃO ÓTIMOS.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Fugindo do clichê

Dessa vez vou esquecer que ja tenho as palavras decoradas na mente, palavras que eu ja usei com outros quaisquer. Esquecerei de usar sempre as mesmas musicas e a mesma conversa fiada. Dessa vez eu quero mesmo é sentir. Inovar a forma de se adquirir um do outro. Nem me privarei de falar o que eu tiver de falar por medo de no dia seguinte não ser o que parecia. Eu sei, estou acostumada a agir somente na segurança, mas dessa vez vou saltar sem a minima noção se a cordinha do para-quedas vai funcionar ou não.
Cansei de julgar demais, de exigir demais, de amar de mais e doar-me de menos. Não quero escrever outra página do meu livro de amores fracassados, onde a vilã principal sou eu. Eu nem mesmo me lembro de agir tão calculadamente. É que talvez eu seja caóticamente robotizada.
Vou deixar que você mexa no meu sistema e me configure pra ser de carna e osso, mas não tente me arrumar, aceite a minha bagunça pois não quero cair na monotonia de ser perfeita pra você. Quero que prove da minha insanidade de vez enquando, só pra que eu tenha certeza de que agora eu tenho alma.
Finalmente vou deixar que me tirem da vitrini, sem medo de devoluções.
Estou entre a vida perfeita e a novela mexicana. Eu quero mesmo é um mesclado dos dois, um pouco de drama não faz mal a ninguém. E que se tiver de terminar em tragédia, que seja elegantemente trágico.


bjs pra quem me leu :*

segunda-feira, 7 de março de 2011

Desabafo pessoal

Sempre achei que eu pudesse ser de todo intensa, eu sempre esperei que eu fosse extremista... Mas na verdade, ao ler-me um pouco acabei descobrindo que sou cheia de meios termos. Eu exponho as vezes meu sentimentos esperando que alguem se convensa e aposte tudo em mim, mas quando encontro alguem disposto a me levar eu simplesmente recuo, saio correndo, busco refugio, eu quero, mas nao quero.
Na verdade eu não confio, não quero ser tirada da minha rotina confortavel de sentimentos mortos por alguem que não me ofereça mesmo uma vida intensa de sentimentos intensos.. Pensando bem, isso acaba fazendo de mim uma pessoa extremista.
Acho que peco mesmo é na sede de viver, tenho dessas coisas mesmo... Provo de tudo e nunca estou satisfeita com nada. Tenho medo de que minha vida acabe por essas entre linhas e talvez seja por isso mesmo que vivo me contradizendo. Porque tenho medo de vir a ser somente o que eu escrevo, sem chance de mudanças... E se eu nao for realmente isso? ninguém nunca podera me decifrar e tenho a certeza de que nem eu mesma. Não quero me perder pra sempre nos meus textos, presa no que eu ja escrevi e nunca mais poderei apagar. Não quero ser julgada pelas minhas linhas, mas talvez eu seja mais a escrita do que os atos. Na verdade eu vivo mais no bloco de notas do que na vida real, é que aqui eu não tenho limite algum. É que aqui eu posso fazer algo melhor pelo mundo e pelas pessoas, é que eu posso provar que gente como eu não está sozinha no mundo. Posso ser extremista, meio termo, contraditoria e tudo mais que me vier a mão que não importará, porque o mundo é meu e as regras são minhas. E a regra da escrita é que não há regras para se escrever.

Tudo pelo desejo da carne

Desde o inicio eu sabia que você não serviria, mas deixei que as coisas fluissem, apenas pelo desejo da carne.
E como era de se esperar entre você e eu as coisas não fluiam naturalmente, portanto partiu de mim o primeiro encontro, a atitude, o assunto, tentando desesperadamente salvar a conversa que você não tinha. Mas fiquei tão sobrecarregada, tentando arrumar uma maneira de saciar-me que até o cansaço me achou.
Acho que nem você esperava que o teu conteudo escasso abalaria tanto tua beleza escultural. Pois era de mim que vinha a certeza de que você não serviria. Me aventurei só pela carne.. Não me arrependo.
Você até tenta disfarçar que não se aborreceu por eu ter desistido de levar isso a frente, mas eu sei que você morre por dentro, querendo isso. E não peca na vontade de ser melhor. Mas você esta acostumado a conquistar mulheres usando um pouco de bebida, duas frases do tipo 'o que você faz da vida?' , 'vamos pra um lugar mais reservado' e não esperava que comigo deveria ser diferente.
Te falta algo, um brilho que você não tem e que me sobra. Até saio por ai dividindo com outros por ter tanto, que meu corpo nem suporta.
Se algum dia você desenvolver uma conversa, me procure, talvez seja tarde demais, mas você ainda tera uma beleza escultural e eu ainda faço sacrificios pela carne.

Amar não é errado.

Um dia na escola, a professora me perguntou o que era a coisa mais fácil a se fazer. Sem pensar muito, ou melhor, sem pensar nada, respondi depressa: 'amar'.
Ela me olhou com olhos assustados e meigos, como se essa fosse a ultima coisa que ela poderia ouvir como resposta, mas ao mesmo tempo percebi que a surpresa da palavra a deixara notavelmente feliz.
Tirei o resto da aula para observa-la. Conclui que a professora fazia parte de um vasto sistema de pessoas corrompidas. Pessoas essas que se esqueceram do quão bom era respirar amor, cantar amor, escrever amor, sorrir amor, espalhar amor... Nós ja nascemos com esse dom, o dom de amar, porque amar é um dom. E não me venha com essa de que 'o amor é uma doença', doente são as pessoas que se esquecem de como é importante amar. Se você sofreu por amor não culpe o sentimento e recapitule os fatos. O causador do sofrimento não é o amor e sim a forma humana errada de amar e por que é tão dificil exalar amor pelos poros? se fomos feitos unicamente disso.
Pare de ensinar que o amor é crime e deve ser evitado, escondido e negado.
Não ache que você é o unico amar escondido por se sentir errado, ou ameaçado. Isso que foi ensinado de negligenciar carinho, é coisa de gente que não tem carinho pra oferecer. Deve haver mais pessoas que assim como eu não entende disso de 'fingir'
vamos parar de nos privar da unica coisa que pode enobrecer de verdade um ser, o amor.

Complexibilidade

Não vou lhe contar sobre mim, você nem mesmo me olha com olhos curiosos. Só vê o que parece óbvio. O óbvio pode ser simples, mas nem sempre verdadeiro. Sabendo que é da simplicidade que você gosta é que me baseei na criação do meu óbvio, afim de não assusta-lo. E fique mesmo com a minha leveza e nunca descubra das minhas crises de identidade, da minha depressão pós dia, da minha individualidade e minha confusão mental. Fique sim com o óbvio, onde eu sou a verdade e nada mais que isso, onde meu humor não sofre mudanças repentinas e onde os sentimentos não me assustam. Eu não quero que você vá a fundo na minha personalidade, pois não quero estar exposta a julgamentos de quem não me entende e não me acha normal. Muito menos quero ouvir criticas de quem simplesmente fecha os olhos para o mundo e finge não ter problema algum para se encontrar consigo mesmo. Se você não tem confrontos psicológicos você simplesmente morreu pra vida. Normal não é fingir que se entende e o que os sentimentos são teoricamente explicaveis, normal é saber que não há explicação e ter medo do que nao se pode explicar. Normal é saber que a complexibilidade existe e não ter preguiça de ir a fundo nela. Mas fique com meu óbvio e evite a fadiga.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Antes de você


E mesmo que tivesse tocado as estrelas,
nem me lembraria...
É como se meu corpo nao possuisse alma

Quando lhe fitei a primeira vez
me fez perceber que eu nunca havia visto o céu antes

Ouça a pressão sanguinea, gritando desesperadamente
que desejo me perder num beijo teu

De repente o dia parece ser tão perfeito,
agora que você está aqui

Eu não quero saber o quão perdido eu estava
Eu simplesmente não existia antes de você.

terça-feira, 1 de março de 2011

Esta noite


Esta noite
não me deixa esquecer
Esta noite
me traga beijos sem tréguas

Por favor, por favor aposte em mim

Esta noite
não quero ter os dedos frios
Esta noite minha alma se sente mais nova

Esta noite eu saberei...

Esta noite eu te amarei

Tudo é amor


Da janela do quarto
sobre os poemas, um cinzeiro
O disco a girar ao lado, cada vez mais perto

A chuva caindo como se fosse a ultima vez
olhando o relógico se arrastar

Você vê um estranho no espelho
de frente a sua janela no 9º andar

Esquece que não há ninguem a te esperar, fitando o estranho
falta de ar, dejavu

vivendo em paz, chegando em casa, tudo é amor

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

instigação


Essa sua mania intoleravel de me questionar
com seus argumentos cheios de base
Não vê que me ganhas mais e mais?

Com esses poemas bem ditos na ponta da lingua
nos momentos mais propicios
não vê que eu não resisto?

Mas até os seus sumissos me instigam
até a sua vida bandida me atrai
não vê que agora é tarde demais?

Não há mais como resistir, já me tens em posse

Até que me ame de novo


Apenas me fale algo novo
você não sabe não é mesmo?
não sabe porque não permanece, como a chuva que vem e vai

Tem que ir embora antes que seu coração queime
mas por hoje fique e prove do café da manha antes de sumir por alguns dias
escolha devorar-me com facilidade
vai ser a ultima vez

até que me ame de novo

outro poema qualquer


Esse seu olhar firme
buscando redenção pela solidão que me propostes
Não deixara o meu olhar firme de desaprovação mole

Não me venha com seus porens
nem use dos seus adjetivos charmosos
dessa vez sem dominios...
tome um café e esqueça o que fomos

Feche a janela,
apague esse cigarro e vista uma roupa

isto é tudo por hoje.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Otários ideais

hoje vou usar um blog pra um texto meio diferente dos que eu venho publicando ao longo do tempo.
Bom, hoje saimos em mais um dia de protesto contra o aumento tarifário da passagem de ônibus. Gostaria de agradecer o carinho com que fomos recebidos pelos policiais no terminal de carapina, Serra, Espirito Santo. Fomos impedidos de lutar por um direito do povo, impedidos de manifestar VIOLENTAMENTE pelos "animais" hoje chamados de "POLICIA". Pela lei contida na Constituição Federal Art. 5, XVI "Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independente da autorização" certo? Mas lamentavelmente não é a lei que está do lado do povo que os nossos policiais cumprem e sim a lei do capitalismo, hoje eu aprendi que policia é pra combater cidadão e não ladrão, e não sendo suficiente a opressão do direito da livre expressão o sargento Nascimento do 6º batalhão de policia ROUBOU, veja bem essa palavra, ROUBOU a camera de uma das nossas companheiras e atirou a muitos metros de distancia e em seguida partiu pra agressão fisica, batendo na cara de estudantes, mulheres e menores de idade, comandando seus homens em um ato vergonhoso de violencia contra cidadãos desarmados. Mas isso só ocorreu porque infelizmente a imprensa não se encontrava no local.
Nós lutamos por um país mais justo, por uma tarifa que caiba no bolso do povo, tarifa essa que nem devia existir, mas fazemos isso tudo pacificamente, e a policia meus caros, a policia, quem deveria nos proteger, quem nós pagamos para nos proteger querem arrancar a força, nossa voz num ato de censura, num país onde a ilusão da democracia é cantada aos quatro ventos pelo governo. Infelizmente essa é a cara do nosso país.

Policia para quem precisa, policia para quem precisa de policia ♪

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O inicio de uma grande amizade



A primeira vez que te vi, inundei-me de silencio,
Da segunda vez cresci em observação, fitando seus minimos detalhes
Na terceira esperei anciosamente pela quarta
Na quarta esperei anciosamente pela quinta
Na quinta ainda em silencio esperei anciosamente pela eternidade
A eternidade que não se dava com silencio, não apareceu
O silencio sentindo-se culpado, encheu-se de coragem e tornou-se uma idéia,
que tornou-se uma palavra, que então deu lugar a uma esperança
A esperança virou amor.
O AMOR era forte e no olho da sua força trouxe consigo a ETERNIDADE
A eternidade me deu você
Você me deu o silencio. A eternidade enfurecida se foi
E só o que restou foi amor. Fiz dele o meu melhor amigo.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Chamado


Era um homem prodigio de alma lúgubre, envolto numa áurea triste e solitária, tinha um olhar pequeno, meio oriental, parecia transparecer outra vida, as vezes chegava a pensar que aquele homem talvez pudesse falar a lingua dos mortos e de que outra maneira saberia tanto sobre, se não a tivesse vivido um dia, ou melhor, se já não tivesse morrido um dia.
Sofrerá de amor, vivera de amor, morrera de amor. Morrera porque lhe prometera a vida mortal e não sendo suficiente, precisara amar mais, além da alma viva, além da carne morta. Abriu os olhos fitando ao lado uma caixinha... abrirá e logo encontrara um bilhete de redenção: "Poeta, te espero na eternidade de vestido longo, lábios rosados e amor cantado, real".
Uma lagrima correu, desencantando o sorriso, abrindo o sol.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

G


O menina, parece flor, desabrocha no toque suave, suave toque de flor.
olhando aqui de baixo, parece dama da noite, distante, vagando.
Não sei se estou correta mas não vejo coração, coração não visto, coração perdido...
Diz a lenda que quando sorri petrifica a alma, diz a lenda que é fogosa a menina, queimando beijos no molejo da cintura, te tocando inocentemente vai te puxando pro outro lado e ai não mais visto, você ja se perdeu no labirinto, onde há setas indicando que há sim um coração, esperando um sorriso sentimental.
Eu? eu tenho sorrisos secretos que guardo especialmente pra isso, mas não conta nada, porque é segredo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Amor de terça


Que era jovem e esperta, era tudo o que se sabia sobre ela. Não sabiamos sobre seu passado, mas sabiamos que lagara tudo para ensinar dedicadamente adolescentes de cabeça dura.
Eu... eu era a novata com sede de aprontar, com piadinhas infames sobre cada professor que se apresentava na sala após o sinal soar.
Calei-me quando aquela menina deu o ar da graça, sim, era uma menina que de tão menina se misturava com os demais alunos e ficava impossivel diferencia-la, excerto por suas tatuagens, sua alma nobre, sua inteligencia, sua defesa inquestionavel sobre o direito de igualdade, bastou um só olhar e uma simples observação para que me visse sofrendo de amor platônico. Observou que meu nome era prazerosamente identico ao de uma grande poeta, mal sabia que segundos depois poesias seriam criadas sobre ela, por mim...
Passarei o resto do ano contando os dias pras terças logo chegarem e a falar sobre a tal professora, coração apertado de amor, amor a primeira vista. Logo eu... Até esquecerá das piadas infames. Nunca foi tão bom estudar aquela matéria.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Respirar você


Você pode dizer que vai embora, pode até se convencer que não voltará, mas eu sei que quando o sol nascer e o vento virar, seu navio vai navegar, trazido pelas águas do mar de volta ao meu coração, seguindo a canção que você canta destraida quando feliz está a lembrar da noite em que em mim encontrou a sua vida. Respirei você

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Carta a minha esposa


Era como sentir tudo, possuindo absolutamente nada. Me sentia assim quando de relance você me olhava, dois minutos imaginando mãos tremulas entrelaçadas como vidas perdidas em dimensões diferentes, ligadas apenas por amor. Amor certamente é a palavra exata, exato amor, exato afeto, vida não tão exata. Maçã... era esse o cheiro que exalava de seus cabelos. Desde que você se foi eu crio expectativas invalidas em cada sopro de vento que por mim passa, sentir o cheiro da maçã, segurar a barra, afogar o coração na canção que preparei pra você na tarde que as alianças selaram nossos olhos apaixonados.
Sabe querida... As vezes eu sinto você me tocando, as vezes faço confusão na janela, as vezes pego-me passeando entre as rosas do jardim da sua casa, da nossa casa... Eu jamais deixei de cuida-las, enquanto elas estiverem florecendo lindamente, meu coração estará te amando loucamente também. Mas se acaso elas morrerem querida, não se preocupe, fique feliz, porque estaram anunciando o nosso reencontro...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Amar e amar


Por que devorar-me com os olhos e ignorar-me com as mãos, se teu coração tá cansado de tanta podridão e encontrou no meu caminho o caminho da tua salvação?
Não te descobri primeiro, mas fui a primeira a desvendar-te e por que não se entregar?
Se tua mente ja não consegue desligar e seu coração ja se acostumou a habitar no amor, que veio do amor de outros dois amores.
Não há misturas, além das cores castanhas dos teus olhos com o acinzentado que vem dos meus, quando o simples olhar te traz a paz que nem mesmo a paz soube lhe dar e venha pra cama, porque estou cansada da tua ausencia e amanha é dia de aprimorar a paciencia, pois irei viajar e pra ser feliz outra forma não há do que lhe ouvir dizer que posso retornar, que estará a me esperar me amando como eu sempre irei te amar.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Não lamente-se


Mãos calejadas de trabalho arduo, sentado no banco do parque a alimentar os passaros, voltando ao tempo, entrando hora numa, hora noutra as inumeras salas que dividiam sua vida, perguntando-se o que mais havia de se fazer para que a tal lhe bastasse, há muito tempo não sabia como usar o velho sorriso enferrugado, mente em fuga, esquecera do que se tratava a felicidade, pior ainda, nunca soubera afinal e como viveras até hoje da mais bruta tristesa e solidão, tentara desesperadamente lapidar em molduras a vida doce que nunca pudera alcançar. Passara aquela tarde inteira em lamentações por não receber um unico olhar de amor.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

.


Sozinha em meio a relva, respiração ofegante, tão ofegante que mal podia ouvir qualquer outro barulho que estivesse ali, mas eu ainda tinha muito de mim naqueles passos, e por mais cansada que eu parecesse estar ainda havia muito pra correr e sem pensar desparava levantando as folhas correndo pro tão próximo fim do mundo. Só me lembrava daquele sorriso quando enfim as pernas não obedeciam mais e me debruçava sobre o tronco das arvores derrubadas, lembrava sim do sorriso, era a unica coisa que eu não esperava, pois bem, fui pega de surpresa. Então era somente isso? um sorriso? era a punição por tantos anos de puro veneno que em mim corria. Mas acredite ou não, o sorriso que me era dado foi a maior punição, punindo alguém que se alimentava de mãos tremulas. O sorriso não era meu, eu nunca mareci tanto, pra não dizer que eu nunca mereci foi absolutamente nada, mas ganhar o sorriso era tão ruim quanto oferecer um.
Sorrir me estimulava a vida não tão errada com a qual eu sonhei, viver errado era a unica saida pra que eu fugisse de mim, fugir de mim sempre foi o que desejei, não sabia lidar com nada, com nada, nem mesmo com um sorriso. Tinha tanta inocencia por traz de tanto veneno. A idade se tornara a explicação pros meus piores defeitos, esperava crescer, crescer errada, pra quem sabe deixar de fugir de mim, mas o sorriso me achou e me pois de frente com a unica coisa que eu não esperava, a bondade que eu nem sonhava existir, talvez despertara agora em mim.

@hildabastos

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

boneca de pano


De pano se fez a boneca que deu nome aquela alma quando tudo se foi daqui
de pano era aquele pé cansado que por muita das estradas dessa vida percorreu
observando só a dor e o amor de cada semelhante que por ali mesmo a mão lhe estendeu.
E sobre os olhos densos, de aparencia oriental que por um instante parecia ver o outro lado, um velho botão, tão velho quanto o pano puído do tempo o mesmo tempo que lhe ensinou sobre botão.. Botão era seguro por uma linha clara e fina, linha na qual tinha poder de por a boneca em apuros, a cada puida que a linha dava, menos eram as chances da desgastada boneca sobreviver, e quem queria que a tal sobrevivesse? boneca, boneca, escondia tanto da vida, que nem o pano e a linha deu conta de segurar, e os botões de tanto observar cairam perdendo pra sempre a fotografia de toda aquela vida, mas uma coisa era certa: NINGUEM foi mais feliz que a boneca.